domingo, 24 de maio de 2009

Ana, a mulher que orou

“Levantou-se Ana [...] Ela, com amargura de alma, orou ao Senhor, chorou muito.” (1Sm 1.9a-10.)
A Bíblia nos conta a história de uma mulher extraordinária, Ana. Ela viveu no período dos juízes. Uma época em que “não havia rei em Israel: cada um fazia o que achava mais reto” (Jz 21.25). Seu esposo chamava-se Elcana, homem da tribo de Efraim, filho caçula de José.
Ana e Elcana moravam nas regiões montanhosas de Efraim, em Ramatain-Zofim.
Ele era amoroso e procurava sempre agradar sua amada esposa, quer com palavras de ânimo, quer por meio de atitudes de honra e confissões de seu amor sincero.
Entretanto, Ana tinha uma grande angústia em seu coração: ela era estéril. Nunca poderia gerar filhos. O passar dos anos ia consolidando sua tristeza. Sentia-se incapaz de corresponder ao amor de seu marido, dando-lhe um fruto desse amor: um filho; semente abençoada para perpetuar o nome da família e consagrar a união dos dois.
Além disso, a Escritura Sagrada relata que Ana tinha uma rival: Penina. Esta era a segunda esposa de Elcana e tinha filhos com ele. Talvez Elcana tenha se casado também com Penina exatamente por causa da esterilidade de Ana... E Penina irritava excessivamente a pobre e sensível Ana, porque esta possuía o amor do marido. “No dia em que Elcana oferecia o seu sacrifício, dava ele porções deste a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos e filhas. A Ana, porém, dava porção dupla, porque ele a amava, ainda mesmo que o Senhor a houvesse deixado estéril” (1Sm 1.4-5.)
Todos os anos, por ocasião das festas fixas do calendário judaico, Elcana subia com sua família a adorar ao Senhor, levando seus dízimos e sacrifícios de louvor e gratidão, alegrando-se na presença do seu Deus.
Mas Ana não conseguia se alegrar nas festas anuais por causa da irritação de Penina, [...] “pelo que chorava e não comia.” (1Sm 1.7.)
Há muitas mulheres que têm o amor do marido, são honradas por eles, mas não se sentem realizadas por causa de sua esterilidade.
Muitas até sentem-se culpadas por não gerarem filhos. A angústia do coração faz adoecer fisicamente.
Outras mulheres experimentam lágrimas doídas, provocadas pela irritação constante da inveja declarada de quem está tão perto, no convívio diário. Irritação que soa como um gotejar contínuo que enlouquece e faz perder a alegria de desfrutar da vida. São situações de conflito que amarguram o coração e, então, não se consegue ver o sol, mas apenas as sombras dos problemas crônicos.
O que fazer? Ana nos dá a resposta: orar.
Orar com intensidade e firmeza. Orar com perseverança na direção da perfeita vontade de Deus. Arriscar pedir a realização do sonho de sua vida. Lançar sobre o coração de Deus toda a ansiedade do coração humano e esperar, com fé, o que vai acontecer...
Parecia que as palavras doces de Elcana não conseguiam entrar no coração de sua esposa: [...] “Ana, por que choras? E por que não comes? E por que estás de coração triste? Não te sou eu melhor do que dez filhos?” (1Sm 1.8.) Ana não poderia trazer preocupações para seu marido. Ela precisava encontrar a solução e parar com sua atitude passiva de apenas chorar. Então, após terem comido e bebido, antes de retornarem para casa, naquele ano, “levantou-se Ana [...] ela, com amargura de alma, orou ao Senhor, chorou muito” (1Sm 1.9a-10).
Ela tomou a atitude decisiva de guerrear no mundo espiritual: orar com toda intensidade, com suas lágrimas, com o coração transparente e sincero. Ana se derramou em súplicas diante de Deus. “E fez um voto, dizendo: ‘Senhor dos Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, e lhe deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha’.”
(v.11.) Ana conhecia a história de Sansão, o campeão nazireu de Deus, que falhou por causa de seu pecado, mas ela sabia que Deus precisava de um “novo campeão” para ser usado por Ele naquela geração. Ana se dispunha a dar o seu melhor para Deus e para sua nação.
Há duas coisas muito importantes na oração de Ana a serem observadas: aqui, pela primeira vez, Deus é chamado nas Escrituras de “O Senhor dos Exércitos”, “Javé Sabaoh”. Ana sabia que se encontrava em verdadeira batalha espiritual, no âmbito familiar e também nacional. Sua nação estava vivendo sob o mau procedimento dos filhos do sacerdote Eli, que deixavam as ovelhas de Israel desprotegidas diante dos inimigos.
E havia guerra também dentro da casa de Elcana, com Penina constantemente provocando Ana e “espetando-lhe a carne” com palavras maldosas. Ana então orou ao Senhor dos Exércitos. Ela creu num Deus que domina sobre todas as coisas. Ela creu que o Senhor ouve o clamor dos fracos, indefesos e angustiados...
É muito importante que nos aproximemos de Deus crendo em sua existência e que Ele é galardoador dos que o buscam (Hb 11.6). É preciso saber quem é o nosso Deus.
Qual a amplitude do seu poder. Qual é a dimensão do amor que Ele demonstra por seu povo. É importante saber que “não sabemos orar como convém, mas que o Espírito de Deus nos assiste em nossas fraquezas e intercede por nós, sobremaneira, com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26), aleluia! É preciso orar com fé.
“Demorando-se ela no orar perante o Senhor, passou Eli a observar-lhe o movimento dos lábios, porquanto Ana só no coração falava; seus lábios se moviam, porém não se lhe ouvia voz nenhuma; por isso Eli a teve por embriagada.” (v.12-13.) Ao orar com toda a intensidade de sua alma, Ana agora iria enfrentar um julgamento falso a seu respeito. Eli a teve por embriagada e chamou-lhe a atenção. Ela poderia ter-se sentido ofendida e nunca mais querer retornar a Siló, perante o sacerdote Eli. Mas sua luta não era no campo humano. Sua guerra era espiritual. Sua resposta estava nas mãos do Senhor e era para Ele que ela deveria olhar. Somente para Deus.
“Porém Ana respondeu: Não, senhor meu! Eu sou mulher atribulada de espírito; não bebi nem vinho nem bebida forte; porém venho derramando a minha alma perante o Senhor. Não tenhas a tua serva por filha de Belial; porque pelo excesso de minha aflição é que tenho falado até agora.” (v.15.)
Como é importante manter os olhos postos no Senhor e não em nós mesmos!
Como Ana nos dá uma prova de um coração firme e confiante, ao responder com respeito a quem a ofendia... Ela se explicou respeitosamente e não levou em conta o julgamento precipitado de Eli. Quantos problemas seriam resolvidos de maneira mais fácil, se as pessoas não se sentissem tão facilmente ofendidas... Muitas mulheres criam verdadeiros “cavalos de batalha” com situações e palavras que não merecem tanta ênfase.
A verdade fala por si somente; não é preciso se importar com calúnias tolas a nosso respeito.
E o sacerdote Eli trouxe uma palavra profética para Ana: [...] “Vai-te em paz e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste.” (v.17.) Era exatamente dessa palavra que Ana precisava: paz e confirmação da vontade de Deus em seu coração. Ela tomou posse da paz, e o texto nos diz que ela, a seguir, seguiu seu caminho e comeu, e já não era triste o seu semblante, aleluia!
Ali, naquele momento aconteceu a cura da alma de Ana. Foi quando se derramou, de coração, diante do Senhor; quando enfrentou incompreensão e calúnia e manteve-se firme em seu propósito de buscar a Deus, é que Ana experimentou a paz para prosseguir vivendo, crendo e sonhando os sonhos de Deus para si...
Hoje já não é mais preciso que algum sacerdote nos diga as palavras de Eli, pois as Escrituras nos garantem que Deus ouve as nossas orações. O Senhor deseja que lancemos sobre Ele toda a nossa ansiedade porque tem cuidado de nós, aleluia! A palavra profética para a nossa vitória em oração já foi pronunciada pelo Senhor Jesus: “Pedi e dar-se-vos-á...” (Leia Lucas 11.9-13.)
Ana se levanta no Velho Testamento como uma guerreira da oração. Ela recebe a resposta amada do Senhor: um filho, Samuel.
Ela cumpre o voto que fizera, devolvendo seu filho para o serviço do Senhor; deixando-o no templo em Siló: “Pelo que também o trago como devolvido ao Senhor, por todos os dias que viver, pois do Senhor o pedi.” (v.28.) Não haveria melhor lugar para seu pequeno Samuel do que na casa do Senhor, no serviço do Senhor dos Exércitos, aleluia! E Ana com seu marido e o filhinho adoraram ao Senhor. Ana entoou um belíssimo cântico ao Senhor. Muitos anos mais tarde, Maria, iria cantar também a glória do Senhor e o cumprimento de sua Palavra, também por meio de um cântico semelhante ao de Ana.
Pastora Ângela V. Cintra
Líder do Ministério Gideões da Oração

sábado, 9 de maio de 2009

Mães tementes a Deus não somente educam, mas levam os filhos à presença de Deus.

Imã e Mãe

Uma professora deu uma aula sobre o imã e sua função às crianças da 2ª série do Ensino Fundamental. No dia seguinte, num teste escrito, ela incluiu a questão: “Meu nome tem três letras. Uma delas é m e também possuo o acento til. Pego ou ajunto coisas. Quem sou eu?” Quando os testes lhe foram devolvidos, a professora ficou surpresa ao descobrir que quase 50% dos alunos responderam a esta pergunta com a palavra mãe.
Sim, mães pegam e ajuntam as coisas. Mas elas são muito mais do que “imãs”, juntando as roupas e recolhendo os brinquedos ao redor da casa. Mesmo que muitas mães estejam dispostas a fazer tais tarefas, elas possuem um chamado muito maior do que esse.
Uma boa mãe ama a sua família e propicia uma atmosfera em que cada membro encontra aceitação, segurança e compreensão. Ela está presente quando os filhos necessitam serem ouvidos, ou de ouvir uma palavra de conforto, de receber um abraço carinhoso, ou de um toque amoroso sobre uma testa febril. E para a mãe cristã, a sua maior alegria consiste em ensinar seus filhos a confiarem e a amarem Jesus como Salvador pessoal.
Esse tipo de mãe merece ser honrada – não somente em um dia especial do ano, mas todos os dias. E o reconhecimento deve envolver mais do que palavras; deve ser demonstrado por meio do respeito, da consideração e de atos de amor.
Richard W. DE Haan

Leitura: Provérbios 31:26-31.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Estudo bíblico - Hebreus 3

Estudo Textual: Hebreus 3:1-4:16 Um Descanso Permanece

No capítulo 1 de Hebreus, o autor afirmou que Jesus é superior tanto aos outros profetas de Deus como aos anjos. Ele continua sua afirmação no capítulo três, observando que Jesus é superior até mesmo a Moisés! Os judeus tinham muito respeito por Moisés, porque ele recebeu a velha lei de Deus e o escritor de Hebreus reconhece sua fidelidade. Mas Jesus é superior até mesmo a Moisés, do mesmo modo que o construtor de uma casa tem mais honra do que a casa que ele constrói (3:3), assim como o filho do dono da casa é superior a um servo daquela casa (3:1-6). De fato, é sua casa! O escritor fala da igreja (3:6- “qual casa somos nós”; veja também 1 Timóteo 3:15). Mais tarde, no livro, o escritor estenderá este argumento da superioridade de Jesus, observando que sua aliança é também superior àquela dada através de Moisés (capítulos 9 e 10).
Os cristãos, contudo, precisam guardar “firme até ao fim” (3:6). É este comentário do autor que introduz o segundo trecho de advertência do livro (veja também 2:1-4; 5:11-6:20; 10:19-39; 12:25-29). Ele cita o Salmo 95:7-11 para introduzir a descrença e o fracasso de Israel, o povo escolhido por Deus, no passado. O restante do capítulo 4 é dedicado a advertir seus leitores a não repetirem o erro de Israel, em se afastar de Deus (4:11).
A Israel foi prometido um descanso, mas a nação não herdou esse descanso. O autor afirma que eles não poderiam entrar no descanso prometido por causa da descrença (3:19), por causa da desobediência (3:18). Por que Israel foi forçado a peregrinar no deserto? Descrença ou desobediência? Ambos: sua descrença resultou em sua desobediência (4:6)! É possível para o povo escolhido por Deus, nestes dias, afastar-se do Deus vivo, ao endurecer-se através do engano do pecado (3:12-14).
O autor observa que o descanso prometido ainda permanece (4:1, 9)! Aqueles a quem ele foi prometido inicialmente não o herdaram; eles morreram nas peregrinações no deserto. Mesmo quando a nação de Israel entrou finalmente na terra de Canaã, o descanso ainda permaneceu (4:8); de outro modo o salmista não teria escrito muitos anos depois da conquista de Canaã como se o descanso permanecesse (Salmos 95:7; Hebreus 4:6-9). O descanso que agora permanece não é a terra física de Canaã, nem mesmo o dia do sábado; é o próprio céu!
O capítulo três começa chamando nossa atenção para os papéis de Jesus como Apóstolo e Sumo Sacerdote. O capítulo 4 termina encorajando o cristão a conservar-se firme na sua confissão e apelar para seu Sumo Sacerdote, por auxílio no tempo da necessidade (4:14-16).
por Allen Dvorak